segunda-feira, 8 de julho de 2013

QUE A JUSTIÇA DO CRISTÃO EXCEDA A DOS ESCRIBAS E FARISEUS

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou pelos dias de festas, ou lua nova, ou sábado” (Cl 2.16).

[...] As duas primeiras palavras provavelmente se referem às regras judaicas sobre alimentação do Antigo Testamento, que os colossenses eram pressionados a observar como necessidade para a salvação pelos falsos mestres. E, ainda hoje, existem ministros que se intrometem na alimentação dos irmãos outros usam o sábado, usos e costumes como meio de salvação. São ministros débeis na fé, por falta de maturidade, instrução e conhecimento da Palavra de Deus.

Os falsos mestres, a quem o apóstolo se refere, estavam envolvidos com o legalismo judaico: circuncisão (Cl 2.11), preceitos dietéticos e guardas de dias (Cl 2.16). Há também várias referencias ao gnosticismo (Cl 2.18-23).

O verbo grego paralogizomai, que quer dizer “enganar, seduzir com raciocínios capciosos”, descreve com precisão a perícia dos falsos mestres na exposição de suas heresias. O nosso cuidado deve ser continuo para não nos tornarmos presas desses doutores do engano.

A guarda de dias de festas sagradas, ao lado dos sacrifícios requeridos na lei mosaica foram, com justiça, observados antes da vinda de Cristo. Eram parte do culto e dos sacrifícios na Antiga Aliança, como “sombra das coisas celestiais” (Cl 2.17; Hb 8.5), ou “uma alegoria para o tempo presente” (Hb 9.9), ou ainda “a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas (Hb 10.1), isto é, realidade prefigurada por eles, temo-la em Cristo. Tendo a Cristo, temos tudo o que carecemos. O cristão não precisa, pois, ficar preso a tais ordenanças, que eram sombra, ou tipos de Cristo, o antítipo, ou a realidade trazida à história. A vida do crente em Cristo é liberta de qualquer calendário escravizante, inclusive da guarda dos sábados, que era um concerto especial de Jeová com seu povo (Êx 31.13; Dt 5.12; Ez 20.12). Os cristãos guardam o domingo apenas como dia de descanso semanal. Nesse dia, o primeiro da semana, O Senhor Jesus (que é também o “Senhor do sábado”, Lc 6.5) ressuscitou (Mc 16.1-8). Os cristão primitivos conheciam esse dia como “o dia do Senhor” (Ap 1.10). A própria palavra “domingo” significa “dia do Senhor”

1. Cristo é o árbitro do nosso coração. Paulo ao escrever sua carta aos romanos diz que somos justificados mediante a fé e temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1). Quando você é salvo lavado no sangue e justificado, passa a estar em paz com Deus. A paz de Deus provém de caminhar em obediência à vontade de Deus, pois Ele é o nosso arbitro: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sedes agradecidos” (Cl 3.15). “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fl 4.7).

É o Espírito Santo que é o nosso árbitro, pois é Ele quem fala em nossos corações. Nem Jesus como homem julgou a humanidade, mas disse: “Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12.47-48).

2. . Palavra é o Seu Árbitro: Guardar é a palavra chave e significa: “Agir como árbitro”. A paz de Deus que excede todo entendimento agirá como árbitro.
A finalidade do árbitro é a de declarar as condições do jogo. Assim sendo, a paz de Deus deve agir como árbitro para dizer-nos se estamos certos ou errados. Quando a paz de Deus o deixa, é hora de parar e examinar a situação. Sabemos que é parte da promessa de Deus de guiar-nos continuamente, Ele nos dá a orientação para manter-nos na direção certa em nossa caminhada Cristã. Falamos de termos uma convicção interior do que Deus quer que façamos; da necessidade desta convicção estar em linha com as Escrituras; da confirmação profética para dar-nos direção; sabedoria dos conselhos de pessoas devotadas a Deus; de circunstâncias confirmadoras; do árbitro da paz de Deus; e finalmente, da provisão de Deus.

3. Intrometem-se, julgam e policiam a vida dos outros. “Portanto, por que é que você, que só come verduras e legumes, condena o seu irmão? E, você, que come de tudo, por que despreza o seu irmão? Pois todos nós estaremos diante de Deus para sermos julgados por ele” (Rm 13.10 – NTLH).

Não temos o direito de julgar os outros e condená-los, por um código humano. Todo o julgamento compete ao Senhor. Por isso Paulo diz: “Cada um dará conta de si mesmo” (Rm 14.12, 13), ou seja, iremos um dia comparecer diante do Tribunal de Deus. Deus constitui ministros para pregar o Evangelho, e não para serem “donos” do Evangelho. O verdadeiro ministro é um servo da Igreja de Cristo e não o dono da Igreja.

A religião farisaica dos tempos de Jesus usava o critério do julgamento humano, e Jesus é claro ao dizer para os fariseus:

“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?” (Mt 7.1, 4).

“Não julgueis”. A palavra utilizada no original grego é Krino, e o significado, juiz. No texto original, a forma usada indica que Seus ouvintes precisavam parar de julgar. Para nos darmos bem com os outros, precisamos parar de julgar. (v. 1a).
Os escribas e os fariseus seguiam Jesus por onde quer que Ele fosse na tentativa de achar alguma falha para acusá-Lo (Lucas 6.1–7). Por esta razão Jesus traz este assunto sobre o julgamento.

Sendo assim, no Sermão do Monte, Jesus fez muitas referências a eles, direta e indiretamente. Em Mateus 5.20, Ele disse: “… se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”. Jesus ensina a Seus discípulos, que a justiça dos fariseus estava baseada em religiosidade e não em atos de fé e de amor. Na última parte do capítulo 5, Cristo contrastou o Seu ensino com as tradições relativas à lei; essas tradições foram perpetuadas pelos fariseus. Na primeira parte do capítulo 6, Jesus falou de hipócritas que tocavam trombetas quando davam esmolas, que oravam em praças públicas com repetições intermináveis, que queriam que todos soubessem quando jejuavam. Qualquer um teria identificado os fariseus nessas descrições de Jesus.

[...] Os escribas e fariseus eram culpados do tipo de julgamento que Jesus estava denunciando. Eles condenavam grandes segmentos da sociedade: os cobradores de impostos (Lucas 18.9–14), os samaritanos e os gentios. Além disso, eles se consideravam superiores a todos os demais. Olhavam com desprezo para os outros e tinham pouca compaixão dos outros. Se quisermos nos dar bem com os outros, nossa justiça terá de exceder a dos escribas e fariseus”. David Roper